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por Gonçalo Sampaio
Apresentado o programa do Partido Socialista, entende-se, finalmente, a ansiedade com que alguns exigiam o programa do Partido Social Democrata. Perante o programa do Partido Socialista era fundamental desviar as atenções para outros programas.
O programa do Partido Socialista - que convém nunca esquecer está no Governo há mais de 4 anos - é um deserto. Um assustador, embora não surpreendente, deserto.
Não se vislumbra um caminho, antes um emaranhado de promessas.
Não se apresenta um projecto, antes brindes para todos.
Não se apresenta um projecto, antes brindes para todos.
Há de tudo para todos.
No essencial o Partido Socialista propõe-se "prosseguir a estratégia definida há 4 anos". Aliás, segundo noticiava o Expresso, a palavra "reforçar" surge 93 vezes, a palavra "continuar" é usada por 75 vezes e a palavra "prosseguir" é escrita por 69 vezes.
Mas, ao programa do Partido Socialista falta, essencialmente, credibilidade.
Há muitos exemplos, mas um dos mais comentados nos últimos dias, e que é prova do mais vergonhoso eleitoralismo, é a extraordinária proposta de atribuir 200 euros a cada recém nascido.
Esta proposta, que aqui uso apenas como símbolo de todo um programa, demonstra como o Partido Socialista pretende governar na próxima legislatura. Não questiono a importância de termos uma verdadeira política de natalidade (aliás inexistente nos últimos anos), para invertermos a tendência dos últimos anos. Mas, há falta de uma verdadeira política de natalidade, que necessariamente teria de ser discutida e implementada a vários níveis, envolvendo múltiplas entidades, e abordasse a questão com a seriedade que a mesma merece, o Partido Socialista resolve, todo um problema com 200 Euros.
Em vez de uma política séria de incentivo à natalidade atira dinheiro para cima do problema.
Fica, como exemplo do desnorte e desorientação que reina no Partido Socialista. E a incapacidade, já não é para governar, é para apresentar um programa com principio, meio e fim.
In blogue "Novas Políticas" do IFSC