outubro 11, 2008



por Paulo Veiga da Fonseca



O novo censor do Estado Socialista/Bloquista

12 584 Dias depois do 25 de Abril de 1974, Lisboa assiste ao primeiro acto explícito de Censura política em Portugal, efectuado por um representante do Estado eleito pela democracia.

Estes são tiques perigosos que fazem lembrar outros que estão aparecer um pouco por este mundo: América latina, Leste da Europa, Ásia – políticos eleitos pela democracia a mudarem as constituições para exercerem o poder arbitrário do que deve e não deve ser a Liberdade de Expressão.

Estou a falar-vos da triste sequência de factos que ocorreram por causa do cartaz colocado pelo PNR na rotunda de Entrecampos.

Estou perfeitamente à vontade a escrever sobre este assunto: Sou um adversário político do PNR. Combaterei politicamente contra as suas ideias mais radicais no que concerne ao respeito pela diferença no género, na raça, na defesa de um Portugal sobre a capa de uma União Nacional. A força da minha convicta oposição a este partido resulta por fé, por crença, por racionalidade, por experiência pessoal.

Por tudo isto sinto mais obrigação de condenar convictamente a intervenção do Vereador Sá Fernandes, ao mandar retirar o cartaz em causa.

É uma atitude condenável a todos os níveis. Juridicamente porque não existe qualquer fundamento nos conteúdos do cartaz que ferissem a lei portuguesa. Aliás, como foi explicitamente referido pelo Procurador-Geral da República. Apenas vem confirmar os rumores sobre a fraca habilidade jurídica que o Advogado/ agora vereador possuirá.


Recordemos as providências, as acções populares que lançou e perdeu na totalidade contra a Câmara Municipal. Muitos se recordam do caso dos terrenos do Sporting Clube de Portugal, durante o anterior mandato de Carmona Rodrigues. Quando todos os partidos do Executivo, a própria Assembleia Municipal, tinham chegado a um acordo com o Clube Lisboeta, o Vereador ameaçou os seus colegas de executivo com uma participação crime ao Ministério Público e colocou uma acção contra o acordo, que recentemente mais uma vez perdeu.

A atitude que tomou é ilegal, ao abrigo da constituição, da lei da actividade Politica, lei dos partidos. O PNR é um partido legal, reconhecido pela Comissão Nacional da Eleições – Órgão que deve receber uma queixa formal do PNR e agir em conformidade junto do Ministério Público – que possui um número elevado de pareceres, jurisprudência e condenações transitadas em julgado em situações similares mas de gravidade inferior.

Mas também é condenável politicamente.

A Liberdade de Expressão politica é um dos pilares essenciais da democracia.


Os limites desta Liberdade não terminam quando o outro defende ideias diferentes das minhas.

Os limites da Liberdade de Expressão política estão quando a sua acção põem em causa a sobrevivência própria sociedade democrática como sejam, os apelos à revolução armada ou ao crime violento.

Depois de ser chamado, por essa blogosfera, de o "grande inquisidor", o bloquista Sá Fernandes assume uma nova faceta: o Censor!

Não quero que no meu país existam políticos e políticas, que imponham a sua ideologia. Onde não se possa dizer “tu és a ovelha negra da família” e se seja logo apelidado de fascista, reaccionário, racista, xenófobo.


O problema não é o que dizia o cartaz, o problema está no que esta esquerda extremista quer que se só se possa dizer no “seu” Portugal.

Sá Fernandes, com o apoio explícito do socialista Presidente da Câmara António Costa (como se viu no programa de ontem da Quadratura do Circulo) mandou retirar um cartaz de um partido político. A justiça tem que actuar. Porque quem tem que sair é o Vereador Sá Fernandes.

Como se ouvia em 1974: Abaixo a repressão! Censura nunca mais!

Neste texto os Substantivos mais usados foramLiberdade” e “Democracia”!

outubro 10, 2008

Coelho escondido com o rabo de fora



por António Prôa
O governo decidiu entregar a concessão da exploração da actividade portuária à empresa Liscont (do grupo Mota-Engil) por mais 27 anos. Assim, sem concurso, sem consulta, por contrapartida de obras de alargamento do terminal de contentores de Alcântara.

Não é estranho? Assim? Sem concurso? Sem consulta? Não haveria mais interessados? Não poderiam dar mais contrapartidas? Não poderia ser mais vantajoso para o estado (logo para os portugueses)? Nunca saberemos.

Certo é que Lisboa se prepara para ver crescer um muro de contentores a separa-la do rio. Longe vai o discurso de ligar a cidade ao rio… Interesses…

Outra coisa, o título deveria ser “Gato escondido com rabo de fora”. Vá-se lá saber porquê, troquei o animal…

Um Muro A Separar Lisboa do Tejo

O governo decidiu alargar o terminal de contentores de Alcântara para o triplo da sua capacidade actual. Isso significará prolongar a separação entre a cidade e o rio Tejo por uma barreira com cerca de 15 metros (um prédio de 5 andares) de altura na zona da doca de Alcântara.

A Liscont é a empresa que actualmente opera o serviço de contentores no Porto de Lisboa e o governo entendeu prolongar a concessão a esta empresa do Grupo Mota-Engil por mais 27 anos. Assim. Sem concurso, sem consulta. Sobre este “pormenor” pode ler mais aqui.

Longe vai o discurso de promover a ligação da cidade ao rio. E para não variar, a câmara de Lisboa, em vez de cuidar dos interesses da cidade e dos lisboetas, prefere fazer os fretes ao governo.

O plano de alargamento do terminal de contentores inclui também a reformulação dos acessos rodoviários e ferroviários aquela zona do porto de Lisboa com a alteração do nó ferroviário com novas ligações que terão impacto em toda a zona de Alcântara.

Não é admissível que a câmara municipal não discuta este projecto megalómano do governo que vai prejudicar a cidade de Lisboa e os lisboetas. Uma vez mais, os autarcas de Lisboa demitem-se de se pronunciar sobre uma intervenção com forte impacto no futuro da cidade e que se está a concretizar nas costas dos lisboetas.

António Costa e a liberdade de expressão




António Prôa

In camaradecomuns.blogspot.com




Na passada quinta-feira, dia 3 Outubro - no programa da SIC – Notícias – “Quadratura do círculo”, António Costa resolveu atacar de forma violenta a blogosfera. Podia ter feito uma crítica a um ou outro comentário, mas o objectivo era colocar em causa todo o meio e os seus participantes e por isso entendeu fazer uma acusação genérica que é sempre mais fácil e seguramente sempre injusta. Diga-se, em abono da verdade, que José Pacheco Pereira também ajudou, ao ponto de encontrar uma quantificação para o “lixo” da blogosfera: 99%. Onde foi ele encontrar esse número e com que critério?


António Costa não encontrou melhor expressão para identificar a blogosfera do que “SUBMUNDO”. Aqui fica o que pensa o presidente da câmara de Lisboa sobre a blogosfera:

s. m.,
"local ou meio onde se verifica a proliferação de actividades consideradas anti-sociais (criminalidade, consumo de droga, prostituição, etc. );

conjunto de indivíduos marginais ou delinquentes enquanto grupo social organizado e que se movem e actuam nesse local ou meio.”
Língua Portuguesa on-line – Priberam.pt


Tal era o empenho de António Costa em denegrir a blogosfera que tudo serviu de argumento, mesmo a utilização de argumentos falsos.

Nos tempos que correm, a blogosfera continua a ser dos poucos espaços de livre opinião não “controlada” pelo poder. António Costa tem revelado inteligência e sabe que ao contrário de outros meios, este não consegue controlar. Por isso tenta utilizar outro método: a descredibilização.

A aversão à crítica é aliás uma característica comum aos políticos. Mas António Costa já demonstrou que não suporta qualquer reparo. Alias, só isso justifica que critique agora um meio que utilizou de forma inédita quando esteve à frente do ministério da administração interna. A contradição numa pessoa inteligente só pode suceder quando o agastamento tolhe a razão. Parece ser o caso.

Infelizmente não é a primeira vez que António Costa revela que não admite a crítica. Logo no início do seu mandato, resolveu fazer um ataque absolutamente desajustado ao jornal Público classificando-o como “indigno”, ao seu director – José Manuel Fernandes que apelidou como “desqualificado” e ao jornalista José António Cerejo.

António Costa tem revelado repetidas vezes que não gosta da liberdade de expressão sempre que não é aplaudido. Para o actual presidente da câmara de Lisboa a imprensa séria é a que não o critica e a blogosfera credível é a que o elogia. Quanto à imprensa, desconheço os meios de pressão e a sua eficácia, quanto à blogosfera, creio que lhe dará mais trabalho…

Dr. António Costa, "submundo"?! Não havia necessidade...

António Prôa