novembro 09, 2008

Vale a pena debater porque existem outras soluções



O Tejo os Contentores e Lisboa, Possiveis soluções
Enviado por João Teixeira Pinto


" No estuário do Tejo, haverá uma zona com potencialidades para a construção de um grande terminal portuário que é na zona da Trafaria.

Já lá está instalado um terminal cerealífero ( Terminal de Granel) com dimensão referenciável a nível Ibérico, e que poderá ser ampliado abarcando outras valências portuárias. Nisto, se for considerada a obra do fecho da golada (ligação por terra ao Ilhéu do Bugio) que ainda se questiona dada a envolvente das praias da Caparica, do escoamento das areias geradas no Rio Tejo e a garantia das boas condições da Barra para a entrada dos navios no Tejo.

Estes assuntos foram conferenciados, no passado dia 30, num encontro sobre o Estuário do Tejo que se realizou na Sociedade de Geografia de Lisboa.

A inconveniência actual do terminal da Trafaria é não ter consolidada, nem em consideração avançada uma ideia para caminho-de-ferro. Para, e do, Terminal da Trafaria convergem/divergem diariamente cerca de 300 camiões de transporte de cerais, causando grande pressão nas vias rodoviárias, aumento de tráfego pesado na Ponte e desagrado das populações por interferência na qualidade de vida.

Para tanto a construção de uma linha de caminho de ferro, com um comprimento de cerca de 10 km que ligaria à linha existente por alturas de Almada ou Cova da Piedade, e portanto ligada à rede ferroviária nacional. Para o futuro já teria ligação à Rede Europeia de Alta velocidade por Poceirão e Badajoz.

Com a construção deste canal de escoamento ferroviário e do cais de acostagem e de deposito/armazenagem da Trafaria, aliviava-se a utilização de cais de Alcâtara/Rocha de Conde de Óbidos, ficando este para exclusiva recepção de contentores para Lisboa e zonas exteriores com ligações rodoviárias já infraestruturadas.

Desta forma diminuía-se o tráfego rodoviário na cidade e proporcionava-se espaço de lazer e acesso ao Rio por parte das populações ao mesmo tempo que teríamos local para a acostagem de Navios de passageiros.

Esta, uma vertente turística agora assinalável e em expansão.

Ao invés, com envio de todos os navios de passageiros para Santa Apolónia poderá pensar-se numa desmotivação dos armadores em escolher o destino Lisboa, pois um Navio de Alcântara a Santa Apolónia não demorará menos de uma hora, que com o regresso serão mais duas horas de navegação, com os custos inerentes de distância e aumento de velocidade na recuperação de horários para a chegada ao destino seguinte.

Será que o aumento do prazo da concessão do terminal de Alcântara tão apressadamente não estará a esconder a preparação da privatização do terminal cerealífero da Trafaria?

E assim reverter-se o ónus, para a margem norte do Tejo, transformado em diminuição do “bem-estar” dos Lisboetas?

NÃO DEIXES QUE TE ROUBEM O TEJO


"NÃO DEIXES QUE TE ROUBEM O TEJO"



Por António Prôa


O PSD de Lisboa colocou no passado Sábado, em Alcântara, junto ao viaduto de acesso às docas, um cartaz que pretende marcar de forma simbólica a sua posição relativa à pretensão do governo em aumentar a capacidade e a área do terminal de contentores de Alcântara.


É um cartaz de conteúdo simbólico.


Com ele procuramos mobilizar os Lisboetas e todos aqueles que amam esta cidade de sete colinas mas também com uma frente ribeirinha única.


É uma afirmação de princípios daí de ser uma imagem simbólica.


E o Principio é: o acesso ao Rio deve ser livre para todos.


Cada vez mais os cidadãos procuram a frente ribeirinha para desfrutar a cidade e o que se pretende fazer é aumentar um muro que separa o Rio dos seus cidadãos. Vai aumentar a área interdita ao cidadão. Não é uma luta do PSD é uma luta da cidade, que apoiamos, e dos seus cidadãos na defesa do usufruto de uma parte de Lisboa que é sua.


Porquê esta opção?


Este processo parece ter muitas semelhanças com o do aeroporto que começou na Ota e acabou (?) em Alcochete. Em que estudos se baseou esta opção? Porque não são conhecidos? Existem? E em que estratégia nacional ou sequer regional se enquadra esta opção? Existe alguma? É fundamental ter uma abordagem regional e nacional no aproveitamento de Portugal e da Região de Lisboa para o tráfego e comércio marítimos.


É preciso fundamentar a decisão.


Porquê esta metodologia?


A lei prevê uma duração máxima de 30 anos para este tipo de concessões. No entanto, o governo aprovou uma lei "à medida" deste caso e desta concessionária que permite prolongar por mais 27 anos os direitos por negociação directa e sem qualquer consulta ou concurso público. Uma lei de excepção que beneficia uma empresa: a LISCONT e a MOTA ENGIL.


Deste modo impede os benefícios da livre concorrência, ficando, no mínimo, a dúvida legítima de ser possível encontrar alternativas mais vantajosas para o estado, logo para os portugueses. Estará o governo a salvaguardar o interesse público ou será o interesse privado a ter a vantagem?


António Costa e a Câmara de Lisboa não defendem os lisboetas.


O presidente da câmara municipal de Lisboa, tal como sucedeu com a terceira travessia do Tejo, prefere colocar-se ao lado do Governo.


Neste caso em concreto, prefere defender a posição da Administração do Porto de Lisboa, e de uma empresa, sacrificando o interesse público da cidade.


António Costa demite-se de defender os interesses da cidade e dos lisboetas e opta por ser cúmplice da agressão à cidade.


Um presidente leal para com os lisboetas exigiria respeito pela cidade, exigiria conhecer, exigiria poder condicionar.


Mesmo sem jurisdição sobre esta área, seria legítimo exigir. No mínimo!