outubro 31, 2008

Pinho e as suas Fotografias!!





Por José Honorato Ferreira





Mais uma excentricidade de Manuel Pinho!





É estranho que a comunicação social não pegue nisto, para já não falar do maior partido da oposição.
No momento em que se discute o OE 2009 e em que tantos sacrifícios se pedem aos portugueses eis o momento para também se falar de ética nas finanças públicas.





"Política e Ética


Manuel Pinho, amante de fotografia, e os contribuintes

A campanha Portugal Europe West Coast (Europe WC… curiosa sigla) deu alguma polémica e escândalo, há pouco mais de um ano. A indignação resultou do facto de o governo português, pela mão do ministro da Economia, ter pago uma soma astronómica a um fotógrafo estrangeiro, Nick Knight de seu nome e ao que parece das relações pessoais do dito ministro, por umas fotografias trabalhadas em computador, sobre retratos de portugueses, actualmente famosos, embora nem todos conhecidos do grande público.

Nick Knight


A campanha terá custado à volta de 1 milhão de euros e parecia promover um produto de consumo, muito mais do que o nosso País como destino turístico.



Se o governo pretendia promover uma campanha sobre turismo em Portugal o normal seria fazer um concurso público, ainda que limitado, sem excluir naturalmente os fotógrafos nacionais. Além do mais estava em causa realizar uma despesa pública.


Naturalmente sabe-se que Manuel Pinho é um amador de fotografia, conhece e convive com alguns fotógrafos estrangeiros e a sua mulher é em grande parte responsável pela colecção de fotografias do Banco Espírito Santo (BesPhoto).


Parece que também decorou o edifício sede do Ministério da Economia, na Rua da Horta Seca, com numerosas fotografias artísticas, pouco depois de assumir as suas funções governativas.


Possivelmente, a nova decoração, a gosto do governante, também terá sido paga pelo erário público.



Segundo notícias recentes, nomeadamente no EXPRESSO, parece que Manuel Pinho pretende repetir este tipo de campanha contratando outro fotógrafo seu conhecido, também estrangeiro, Steven Klein, que será igualmente muito bem pago, mais 1 milhão de euros, através do Instituto de Turismo de Portugal.

Confrontado por um jornalista de televisão numa das suas visitas, o ministro Pinho começou a enrolar uns monossílabos, para não responder directamente à pergunta do repórter incómodo. Acabou por dizer atabalhoadamente que esse era um assunto do turismo e raspou-se.
No momento em que a economia e as finanças públicas estão como estão espera-se mais do governo – ao menos respeite o dinheiro dos contribuintes, não o gastando ao desbarato e sem controlo."


26 Outubro 2008

outubro 27, 2008

Diz não, a mais contentores em Alcântara. Segunda-feira, dia 27, às 19h30 na Doca de Santo



Por António Prôa

O governo juntamente com a Administração do Porto de Lisboa ( APL ) está a preparar-se para alargar a concessão do terminal de contentores em Alcântara por mais 27 anos à Liscont a troco das obras que estes últimos querem fazer a fim de triplicar a actual actividade Portuária de 350 000 contentores ano para 1 000 000.

A ampliação da capacidade do terminal de contentores de Alcântara que o Governo inoportunamente se propõe levar por diante vai implicar a criação de uma muralha com cerca de 1,5 quilómetros com 12 a 15 metros de altura entre a Cidade de Lisboa e o Rio Tejo.

Ora acontece que não houve qualquer discussão pública sobre esta necessidade e muito menos concurso público para tal fim, entregando assim o Governo de "mão beijada" esta concessão a uma entidade privada sem que houvesse a necessária discussão pública da necessidade ou não de tão grandes obras em Lisboa para este fim. Acresce que estas obras no terminal carecem ainda de investimentos complementares avultados em infra-estruturas de acesso por parte do Estado.

Os terminais de contentores existentes nos portos de Portugal no final de 2006 tinham o dobro da capacidade necessária para satisfazer a procura do mercado.

O Tribunal de Contas em relatório de Setembro de 2007 sublinhava que a Administração do Porto de Lisboa (APL) é líder no movimento de carga contentorizada em Portugal, e apresenta desafogadas capacidades instaladas e disponíveis, para fazer face a eventuais crescimentos do movimento de contentores.

A prorrogação da concessão do terminal de contentores de Alcântara até 2042 que o Governo pretende concretizar neste momento com o Decreto-Lei n.º 188/2008, de 23 de Setembro, e que prevê a triplicação da sua capacidade afigura-se assim completamente incompreensível, desnecessária, e inaceitável para mais sem concurso público como é a pretensão presente.

Apesar da lei prever 30 anos para a duração máxima das concessões, com esta prorrogação a duração desta concessão será na prática, de 57 anos, o que, tal como o Tribunal de Contas sublinha, impede os benefícios da livre concorrência por encerrar o mercado por períodos de tempo excessivamente longos.

Com esta decisão do Governo perde a Cidade de Lisboa, perdem os cofres públicos, perde o sistema portuário nacional, no fundo perdem os portugueses.

Na próxima segunda-feira, dia 27 pelas 19h30 na Doca de Santo, será apresentada uma petição exigindo a revogação desta decisão. É uma iniciativa de um grupo de cidadãos em que me integro. Apelo à participação de todos neste movimento de defesa do Tejo, de Lisboa e dos lisboetas, desde já através da presença nesta iniciativa.