julho 25, 2008

Mais do que um nome...




por Paulo Veiga da Fonseca










Estamos a chegar a Agosto. Por tradição – mas também cada vez mais pela imposição da organização familiar devido à impossibilidade de se poder deixar os filhos durante o dia – o mês em que os Lisboetas vão (ou estão para quem “fica”) de férias e deixam de lado as suas preocupações e atenções, em especial as políticas.


Assim sendo, como advento desta hibernatione da política, aproveito para deixar apenas umas primeiras palavras para uma decisão que, a meu ver, o PSD terá que tomar nos próximos meses: o candidato à Presidência da Câmara de Lisboa.

Hoje o PSD, em Lisboa, não tem uma “voz” nem um “rosto”. Tem uma distrital que tem que se multiplicar por outros cenários. Todos sabemos da especificidade de Lisboa. Pessoalmente, defendo a criação de uma concelhia que facilite e agilize os processos, que focalize estratégias e que se responsabilize pelas decisões que a Lisboa e aos Lisboetas digam respeito.

Para uma luta difícil, bastante difícil, o Partido terá que ter muito mais que um nome.

Já alguns foram transpostos para a capa e títulos dos jornais. Alguns para testar, outros para queimar, uns já se afastaram outros já recusaram. Quando mais tempo demorar a escolha mais desgastante vai ser o processo, mais nomes vão ser “queimados”.

Considero que o candidato que devemos apresentar aos Lisboetas deve ter as seguintes condições:



  • Viver Lisboa: que conheça e viva em Lisboa.

  • Que tenha visão para a cidade. O que quer que Lisboa seja nos próximos 10 anos.

  • Que não seja elitista: Que entenda que a importância das elites urbanas pensantes valem na proporcionalidade da sua quantidade. Nos seus blogues, nas suas prosas na comunicação social apontam caminhos, mostram outras “visões”, mas não podem definir as estratégias para uma cidade que é muito mais do que conceitos demasiado dogmáticos. Lisboa é uma cidade feita das realidades de cada rua, cada bairro, das suas relações internas e do relaciomento de Lisboa com os concelhos vizinhos.

  • Que venha com novas ideias, novos métodos, que deixe o passado onde ele deve ficar e parta para fazer um novo futuro; Tem que marcar a diferença com o que está e com o que já esteve.

  • Seja um líder dos pés à cabeça. Que fale e os lisboetas oiçam. Que conte com os trabalhadores da Câmara e não que os menospreze ou os diminua perante a cidade. Mas que seja exigente com os objectivos a atingir a todos os níveis.

  • Tem que ser alguém que queira ser presidente da câmara de Lisboa. Porque quem vier vem para ganhar, não pode ter outra hipótese.

    Recordo-me de uma cena de um filme. Dois amigos recordam o momento em que um, que tinha decidido concorrer à presidência de um país, decide convidar o outro para ser o seu director de campanha e futuro chefe de gabinete.

    “- Lembraste o que te disse no dia em que te convidei para seres o meu director de campanha?”
    “- Sim. Perguntaste-me se estava disposto a saltar contigo de uma montanha?”

    Mais do que o nome, o candidato a Lisboa deve responder a esta resposta.

    Boas férias.

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