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Estamos a uma semana do Natal.
Andamos pelas ruas de Lisboa, e exceptuando as iluminações próprias da época que sempre prendem a nossa atenção, não “cheira” a Natal. A azáfama de outros anos do “entra e sai” das lojas nas principais artérias comerciais da cidade, as filas de trânsito intermináveis, o estacionamento em 2ª fila, as montras enfeitadas com sentimento, e até os Estandartes de Natal pendurados nas janelas são quase meras lembranças de um passado não muito distante e mais feliz para a grande maioria dos portugueses.
O deficit das contas públicas, o aumento do IVA, a vinda ou não do FMI para “salvar” a economia portuguesa, o corte nos salários, o congelamento das pensões, o desemprego, etc, etc, inundam os pensamentos dos portugueses, cujo futuro se vislumbra muito tenebroso. Quem pode pensar em comprar presentes para os familiares e amigos, em fazer as filhoses e as rabanadas, em sentir o espírito natalício, se o dinheiro não chega nem para pagar as contas mais básicas: renda da casa, água, luz, gás, alimentação, farmácia….?
Na DECO quer o Gabinete de Apoio ao Sobre-endividamento quer a linha SOS Crise têm registado um aumento significativo do número de chamadas. Todos os meses este número duplica relativamente ao mês anterior. Naquele Gabinete o número de processos duplicou comparativamente aos anos anteriores, e enquanto no início deste ano quem recorria à DECO eram famílias carenciadas, desde há uns meses verificam-se cada vez mais pedidos de famílias das classes média e média alta.
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No Natal celebra-se o nascimento de Jesus, que, para um país maioritariamente católico, deveria ser vivido com alegria e muita paz. O Natal per si é “a Luz”, a luz que clareia, que traz vida, que ilumina, que irradia os nossos ambientes. No entanto, o sufoco das contas por pagar complica cada vez mais o dia-a-dia dos portugueses, que precisam de apoio para optimizar a utilização dos seus (parcos) rendimentos, e que não permite que se viva essa alegria, se sinta paz, que “cheire” a Natal!
O Governo PS resolveu por no “sapatinho” dos portugueses um conjunto de 50 medidas para resolver os problemas económicos do país. Destacam-se as alterações à lei dos despedimentos e a baixa dos salários… 58 mil apoios sociais serão cortados ou reduzidos. Estas medidas levam a uma diminuição cada vez mais acentuada do consumo privado, à precariedade dos empregos, à falência de pequenas empresas que detêm a maior quota de mercado produtivo português, a mais desemprego, a um aumento exponencial da instabilidade económica e social. Esta é a fórmula de um Governo que se diz defensor do Estado Social… Será que o PS sabe o seu verdadeiro significado? Nós ensinamos: “… Estado Social é uma forma organizativa de sociedade que dá uma resposta colectiva às necessidades de cada uma das pessoas, não provocando grandes polémicas… está directamente relacionado com um aparelho de Estado bem organizado e uma economia saudável…” *. Alguém encontra alguma parecença com a actuação do Governo Sócrates?
O PSD tem a obrigação de não baixar os braços, de não permitir a continuação da destruição a todos os níveis do nosso país. Mudanças profundas são necessárias para mudar o actual contexto, e o PSD tem (muito bons) recursos para o fazer. O PSD vai permitir aos portugueses que volte a “cheirar” a Natal!
* Citação do Dr. Bagão Félix em entrevista ao Jornal Público em Jul-2010
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Num ano difícil, e em que se perspectiva um 2011 ainda pior, os portugueses demonstram o melhor que há na nossa cultura: somos solidários em tempo de crise. Infelizmente não é suficiente.
Voluntariaram-se 30 mil pessoas (+1/3 do que no ano passado), que estiveram à porta de 1147 estabelecimentos comerciais a convidar as pessoas a fazerem doação de alimentos, que serão distribuídos por mais de 1800 instituições de Solidariedade Social, que por sua vez os entregarão a cerca de 280 mil pessoas com carências alimentares comprovadas. São mais de 66 mil famílias a receber apoio do BACF, mas existem mais 5 mil em fila de espera.
Nos últimos 3 anos, mais de 70% das instituições de Solidariedade Social receberam mais pedidos de ajuda para a alimentação, que resulta essencialmente do elevado aumento do desemprego, das baixas reformas recebidas e da descida do nível de vida na população da classe média.
Nas escolas portuguesas há muitos alunos que desmaiam durante as aulas por terem entrado em estado de fraqueza, já que a única refeição que tomam durante todo o dia é a que recebem na escola. Há escolas que abrem as suas portas durante o fim-de-semana para alimentar os alunos. Mais de 75 mil crianças recebem apoio alimentar do BACF em Portugal.
As nossas crianças, os nossos idosos não merecem passar por isto.
Foi neste estado que 12 anos de governação socialista deixaram Portugal!
O PSD não pode deixar de lamentar e fará todos os esforços para inverter esta situação.
Caros Companheiros,